Carl. G. Jung

Carl. G. Jung

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

2° Texto: Vol. IV Freud e a PsicanáliseA divergência entre Freud e Jung

Freud interpreta as pessoas demasiadamente pelo lado patológico e por seus defeitos.
Não é uma psicologia sã baseada numa cosmovisão acrítica e inconsciente, o que estreita muito o horizonte da visão e da experiência.
A psique é uma totalidade superior à consciência. O psicoterapeuta não deve refugiarse no ângulo patológico e recusar terminantemente a ideia de que a psique doente é uma psique humana que, apesar de sua doença participa do todo da vida psíquica da humanidade. O "eu" está doente porque foi cortado do todo e perdeu sua conexão com a humanidade e com o espírito e a consequência  desta separação se manifesta com perturbações neuróticas, amargura, estreitamento e avidez.
Jung prefere entender as pessoas a partir de sua saúde.

O reconhecimento do caráter subjetivo da psicologia que cada um produz é talvez o ponto que mais separa Jung do Freud.
Freud ignora a filosofia; ou seja, jamais critica suas suposições, nunca questiona suas premissas psíquicas. A crítica filosófica ajuda a perceber que toda psicologia tem caráter de uma confissão subjetiva. Mesmo lidando com dados empíricos, estamos falando de nós mesmos. O conhecimento não reside apenas na verdade más também no erro.

O que Freud tem a dizer sobre a importância da sexualidade, do prazer infantil e de seu conflito com o "principio da realidade", é, em primeiro lugar, a mais verdadeira expressão de sua  psicologia pessoal. É uma formulação daquilo que observou subjetivamente. Ele contribui com sua confissão mais subjetiva, para o nascimento  de uma grande verdade humana. 
Jung não nega a importância da sexualidade na vida psíquica, só que ele coloca limites à terminologia e coloca a própria sexualidade em seu lugar.
A sexualidade é apenas um dos instintos biológicos, apenas uma das funções  psicológicas, embora muito abrangente e importante.
É importante abrir canais de descarga, encontrar novas atitudes ou novo modo de vida que forneça um declive conveniente para a energia encurralada, para não cair em um círculo vicioso que é o que parece a psicologia do Freud.

Outro ponto que diferencia o Jung do Freud, é que ele não entende a vivência religiosa das pessoas. O instinto natural que se desdobra no campo psíquico e o espírito são conceitos desconhecidos mas tremendamente operantes.
Jung têm  uma atitude positiva com relação a todas as religiões, ele vê as tentativas que seus pacientes fazem por intuição ou inspiração próprias de encontrar o caminho certo de lidar com as forças psíquicas. Ele considera o sagrado comércio, os rituais, as iniciações  e o ascese como técnicas alternativas.
Segundo Jung há um grande exterior e um grande interior; entre esses polos está o homem que se volta ora para um, ora para outro, e de acordo com o seu temperamento  e disposição, toma um o outro como verdade absoluta e, consequentemente, nega e ou sacrifica um pelo outro.
Esta hipóteses foi a responsável pela teoria dos tipos e a reconciliação do Jung com pontos de vista tão divergentes com os de Freud.
Jung enxerga na teologia ou o misticismo a única possibilidade de romper o círculo vicioso dos eventos biológicos .
O homem desenvolveu  uma função religiosa e por isso a psique  está imbuída e trançada  de sentimentos  e ideias religiosas  desde os tempos inmemoriais  e quem não enxerga este aspecto  da psique  humana é cego, e quem quiser recusá-lo ou explicá-lo racionalmente não tem senso da realidade. 


"Não fazemos as ideias, elas nos fazem"


Toda a experiência  tem uma metade de caráter subjetivo, e o subjetivo também  é um dado objetivo. São as ideias subjetivas que mais se aproximam da natureza e da essência.


Temos que renunciar de fazer afirmações "verdadeiras" ou  "corretas" sobre a essência da psique. O melhor é fazer expressões verdadeiras, ou seja, uma confissão e uma apresentação detalhada do que se observa subjetivamente. A verdadeira expressão é a que dá forma à observação.


"Nosso modo de ser condiciona nosso modo de ver"






Nenhum comentário:

Postar um comentário